Imerso na minha escuridão
Devastado pela minha dor
Sozinho e ferido mortalmente
Deixado para morrer
Meu sangue enegrecido
Vertia de minhas veias abertas,
Meus olhos felinos de prata
Tornavam-se opacos, sem vida.
Minha mente, cansada, aceitava
Calada o destino que me aguardava
A medida que o frio invadia meu corpo
Pelas fendas por onde o sangue saia
Não queria mais me erguer dali
Cansado desta guerra eterna
Estava aliviado por acreditar que o fim
Finalmente estava próximo
Sentia um calor gostoso me dominar
Ah! Sim! O alívio dos condenados
Sim! A dor e a angústia estavam se esvaindo
A medida que o medo se desfazia diante de mim
De olhos fechados, esperando pela travessia
Uma voz tão doce quanto o beijo de uma deusa
Invade meus ouvidos preenchendo-me
O peito e inundando minha alma.
“De agora em diante eu vou cuidar de você
Vou curar seus ferimentos e livrar-te da dor.
Desculpe ter demorado tanto a te achar,
Ter deixado-te sofrer sozinho por tanto tempo.”
Surpreso e confuso meus olhos se abriram
Indo de encontro a um olhar repleto de Luz.
As lágrimas que escorriam pelo seu rosto
Caiam sobre mim trazendo-me conforto.
“Oh, Meu Amor. Porque lutas-te tanto?
Porque enfrentas tantos perigos maiores
Que você desta maneira?
Agora suas espadas estão quebradas.”
“Acreditei por um momento que não te acharia.
Pensei que Deus havia me abandonado neste lugar.
Pensei varias vezes em desistir mas minha teima não deixava.
Todas as minas duvidas se desfezeram porque estás aqui.”
Seus delicados dedos alvos
Pousaram sobre meus lábios
Fazendo-me calar a medida
Que seus olhos me dominavam.
“Irei te erguer e você me elevar.”
“Irei te guiar e você me suprir.”
“Irei te proteger e você me guardar.”
“Irei te Amar e você a mim.”
*Escrito por vários dias, numa tentativa de descrever a forma como o Amor, na forma de uma mulher, resgatou-me das minhas trevas...