Não se Aproxime!

Meu Brilho sumiu,
Minha bondade se esvaiu
Minha compaixão se escondeu
Minha paciência se calou
Minha consciência domiu

Quando a dor é tão intensa
O que tenho de bom é suplantada
Pelas minhas sombras mais medonhas
Transformando meus olhos em navalhas
E o meu toque áspero e frio.

A vontade que me ronda é uma só
Destruir
Destruir
Destruir

O sadismo e a ira parecem com
Duas crianças de mãos dadas
Alegres e felizes depois de sair do castigo
Em uma ciranda sem fim.
Pelo menos alguém está se divertindo.

Eu não quero machucar mais ninguém
Por tal motivo que me distancio
Quero me apagar do mundo
Passar desapercebido na vida
Uma incógnita. Uma lacuna.

Meu sorriso se tornou azedo e sádico
Meu olhar ao seu tom azulado
Meus movimentos são rudes
Minha voz se ausentou
Meu Ser voltou para o escuro.

*Tenho medo de mim...

Sinto que Quero

Sinto que estou morrendo,
Sinto o coração tão apertado
Que mal noto suas batidas.

Sinto muito por tudo que não fiz,
Sinto essa tristeza, que de onde vem,
Ninguém diz.

Sinto a garganta travar em um nó,
Sinto essa saudade me mau tratar
Sem dó.

Sinto que estou desorientado,
Sinto que sonhei demais
Estar os seu lado.

Sinto novamente o frio se aproximar,
Sinto sua voz rouca sussurrar
Palavras que não quero acreditar.

Sinto o medo, fruto da insegurança,
Sinto o que me paralisa
Lutar com a minha esperança.

Sinto vergonha daquilo que não conquistei,
Sinto que se hoje luto é para ser Rei.
Do que? Não sei.

Me sinto perdido e sem forças
Fragilizado pelos meus enganos
Causticado pelos meu inferno
Angustiado pelos meus prantos.

Quero descansar e não posso,
Quero lutar e não consigo,
Quero correr mas eu fico,
Quero morrer, mas eu vivo.


*Escrito em uma noite quente onde nunca antes na vida havia eu me sentido tão fraco, indefeso e inseguro. Seria o preço por sonhar de mais? A final, águias não caçam moscas...