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Local: João Pessoa, Paraíba, Brazil

18 janeiro, 2011

Reencontro

Isolados em nossos mundos,
Privados da luz que um dia julgamos ter encontrado,
Olhando para as nuvens escuras e pesadas de nossos céus,
Contemplando a indiferença dos homens

Assim sobrevivíamos em nossos universos.
Duas crianças deixadas a mercê da sorte
Existindo em um lugar sem vida ou calor
Vagando maltrapilhas, imundas e famintas

Uma, que ainda erguia as mãos para os céus,
Esperando com fé verdadeira que as nuvens
Afastassem-se, um pouco que seja, para
Aquele último fio de luz que a deixou a pouco
Voltasse a tocar em sua pele enregelada

A outra, nem mais se voltava para o alto
Embora seus pensamentos estivessem
Sempre além daquelas nuvens negras.
Seus olhos vagos e sem alegria mostravam que
Sua fé se extinguia em uma agonia crescente

Ali, parados a beira de suas estradas,
Encharcadas pelas lágrimas que lhes roubavam
Os últimos resquícios de calor de seus corpos,
Um ser magnífico, de luz pura, apresenta-se

Para ela, um homem sorridente, de feições angelicais
Para ele, uma mulher bela, de olhar materno e doce
Com profunda compaixão, seguraram com gentileza
Suas pequenas mãos, levando-os a retomar a caminhada

A dor e o sofrimento de suas frágeis almas, agora tão feridas,
Cegaram todos os seus sentidos, por tanto, não perceberam
A dádiva, o prazer e a alegria que é ser lavado
Pelos braços do destino... dos Anjos... de Deus

Exaustos, mergulhados em suas fadigas,
Entregue a sorte e a misericórdia divina,
Ouviam as vozes que vinham de seus
Corações, julgando estarem sonhando

“Serás responsável por aquele que cativas.”
“Todo o seu sofrimento não foi em vão, meu filho.”
“Você nunca mais se sentirá sozinha outra vez, criança.”
“Ela fechará suas feridas e você a protegerá com sua vida.”
“Antes do seu, será o sangue dele que correrá, sempre.”

Sentindo seus corpos flutuarem e seus pés
Encostarem no chão sólido e seguro
Saindo do torpor que dominava a mente
Se viam pela primeira vez diante um do outro

Olhos que se cruzam, olhares que se misturam
Corações que se reconhecem, almas que se cumprimentam
Sorrisos familiares, o brilho do Sol e da Lua,
Mãos que se tocam, corpos que se aquecem.

Trazidos pelos braços do Destino,
Entregues aos cuidados do Amor.

*Sem duvidas o texto mais dificil que já escrevi, uma tentativa de contar uma historia real em metáforas... Texto dedicado Ao Meu Amor, onde o destio nos levou pelas mãos colocando-nos frente a frente...